O pastor evangélico e Deputado Federal pelo Estado
de São Paulo, Marco Feliciano, é um homem santo. Eleito recentemente para
presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, ele, sem
querer e nem ter a menor vontade, deu início a uma intensa e inflamada polêmica
nacional em defesa da família, da tradição e dos bons costumes. Injustiçado por
grupos minoritários que inutilmente protestavam contra a sua liderança à frente
dessa comissão, esse inconteste líder soube de forma pacífica e muito
inteligente, contornar os possíveis obstáculos e enfrentar todas as situações
adversas. Feliciano não pode e nem deve sair da Presidência da CDHM da Câmara,
pois recebeu por aclamação o voto da maioria dos colegas deputados além de ter
sido escolhido em eleições livres, limpas e democráticas para representar os
paulistas obtendo o voto de mais de mais 212 mil cidadãos nas eleições de 2010.
A saída de Feliciano pode indicar um retrocesso na
frágil e jovem democracia que o nosso país vive. E isto não seria bom para
ninguém. O deputado se submeteu a todos os trâmites legais e respeitou todas as
regras do jogo, por isso é merecedor indiscutível do cargo que ora ocupa. Da
mesma forma que o senador Renan Calheiros, não pode simplesmente sair porque
uma minoria assim o deseja. Ao pastor são atribuídas declarações que teria dado
em redes sociais e que são usadas pelos seus críticos como pretexto para
apeá-lo do cargo. Dizer que os afrodescendentes são uma raça amaldiçoada por
Noé é até possível para quem segue à risca a Bíblia. Óbvio que isto não é nem
nunca foi a verdade, mas quantos brasileiros sabem disto? Desconhecer ou omitir
propositadamente o colonialismo a que o continente africano foi submetido ou a
importância do negro na nossa formação antropológica soa normal para muitos.
As pessoas precisam entender que nem todos os
humanos estão preparados para aceitar o diferente. Talvez por isso suas
declarações sobre a união estável e os direitos dos homossexuais tenham
incomodado a tanta gente. O papa Francisco também já se posicionou contra o
casamento entre pessoas do mesmo sexo. Negros, homossexuais e participantes de
qualquer outra minoria merecem respeito, assim como também aqueles que seguem
determinadas religiões. Além do mais, as contribuições que a Igreja deu ao
conhecimento e à ciência não podem ser simplesmente jogadas no lixo. Com a
Igreja, aprendemos muitas coisas. Basta ir a um culto ou a uma missa para sair
de lá como se a uma biblioteca tivesse ido. São muitas as contribuições dos
religiosos e da religião para a compreensão do universo. Sem a Igreja e os seus
bons ensinamentos, certamente hoje a humanidade ainda estaria na Idade Média.
Por isso, entendo que o pastor Feliciano é o nome
certo para suceder Dilma Rousseff. Ele ou qualquer outro religioso. Na
Presidência, certamente o Estado brasileiro não seria mais laico. Silas
Malafaia, Odilo Scherer, Edir Macedo, Valdemiro Santiago e R.R. Soares poderiam
ser Ministros de Estado. Teríamos um Estado cristão evangélico que poderia até
se revezar com os cristãos católicos. Todos nós ganharíamos. Para deleite de
muitos jornalistas de Rondônia, poderíamos até ter um Estado onde não haveria
mais política de direitos humanos e minorias. Em vez de Constituição e códigos,
todos já ultrapassados, seguiríamos somente a Bíblia e com ela ensinaríamos às
futuras gerações como entender de forma clara o passado para viver bem o
presente e traçar corretamente o futuro. Música Gospel em vez de samba e
retiros espirituais em vez de Carnaval e futebol. Cientistas, poetas,
intelectuais, professores, ateus e agnósticos seriam convertidos para melhor
servir ao novo Governo. O Brasil seria outro. Então, Fica, Feliciano.
*É Professor em Porto Velho.
- Autor: Professor Nazareno*
- Fonte: Colaborador do Site Rondoniainfoco