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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Marco Feliciano: acima do bem e do mal



O pastor evangélico e Deputado Federal pelo Estado de São Paulo, Marco Feliciano, é um homem santo. Eleito recentemente para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, ele, sem querer e nem ter a menor vontade, deu início a uma intensa e inflamada polêmica nacional em defesa da família, da tradição e dos bons costumes. Injustiçado por grupos minoritários que inutilmente protestavam contra a sua liderança à frente dessa comissão, esse inconteste líder soube de forma pacífica e muito inteligente, contornar os possíveis obstáculos e enfrentar todas as situações adversas. Feliciano não pode e nem deve sair da Presidência da CDHM da Câmara, pois recebeu por aclamação o voto da maioria dos colegas deputados além de ter sido escolhido em eleições livres, limpas e democráticas para representar os paulistas obtendo o voto de mais de mais 212 mil cidadãos nas eleições de 2010.
A saída de Feliciano pode indicar um retrocesso na frágil e jovem democracia que o nosso país vive. E isto não seria bom para ninguém. O deputado se submeteu a todos os trâmites legais e respeitou todas as regras do jogo, por isso é merecedor indiscutível do cargo que ora ocupa. Da mesma forma que o senador Renan Calheiros, não pode simplesmente sair porque uma minoria assim o deseja. Ao pastor são atribuídas declarações que teria dado em redes sociais e que são usadas pelos seus críticos como pretexto para apeá-lo do cargo. Dizer que os afrodescendentes são uma raça amaldiçoada por Noé é até possível para quem segue à risca a Bíblia. Óbvio que isto não é nem nunca foi a verdade, mas quantos brasileiros sabem disto? Desconhecer ou omitir propositadamente o colonialismo a que o continente africano foi submetido ou a importância do negro na nossa formação antropológica soa normal para muitos.
As pessoas precisam entender que nem todos os humanos estão preparados para aceitar o diferente. Talvez por isso suas declarações sobre a união estável e os direitos dos homossexuais tenham incomodado a tanta gente. O papa Francisco também já se posicionou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Negros, homossexuais e participantes de qualquer outra minoria merecem respeito, assim como também aqueles que seguem determinadas religiões. Além do mais, as contribuições que a Igreja deu ao conhecimento e à ciência não podem ser simplesmente jogadas no lixo. Com a Igreja, aprendemos muitas coisas. Basta ir a um culto ou a uma missa para sair de lá como se a uma biblioteca tivesse ido. São muitas as contribuições dos religiosos e da religião para a compreensão do universo. Sem a Igreja e os seus bons ensinamentos, certamente hoje a humanidade ainda estaria na Idade Média.
Por isso, entendo que o pastor Feliciano é o nome certo para suceder Dilma Rousseff. Ele ou qualquer outro religioso. Na Presidência, certamente o Estado brasileiro não seria mais laico. Silas Malafaia, Odilo Scherer, Edir Macedo, Valdemiro Santiago e R.R. Soares poderiam ser Ministros de Estado. Teríamos um Estado cristão evangélico que poderia até se revezar com os cristãos católicos. Todos nós ganharíamos. Para deleite de muitos jornalistas de Rondônia, poderíamos até ter um Estado onde não haveria mais política de direitos humanos e minorias. Em vez de Constituição e códigos, todos já ultrapassados, seguiríamos somente a Bíblia e com ela ensinaríamos às futuras gerações como entender de forma clara o passado para viver bem o presente e traçar corretamente o futuro. Música Gospel em vez de samba e retiros espirituais em vez de Carnaval e futebol. Cientistas, poetas, intelectuais, professores, ateus e agnósticos seriam convertidos para melhor servir ao novo Governo. O Brasil seria outro. Então, Fica, Feliciano.
*É Professor em Porto Velho.
  • Autor: Professor Nazareno*
  • Fonte: Colaborador do Site Rondoniainfoco

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