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Poesias - Várias


BRASIL EM DECADÊNCIA


Vejo um povo desvairado
Só correndo para trás
Não sabe mais o que quer
Nem sabe mais o que faz
Para pagar sua dívida
Tem que trabalhar demais.

As vezes vivo a pensar
O que será do futuro
D´um país que deve tanto
Ainda aumenta o juro
Desse jeito todos nós
Vamos parar num monturo.

Um dia estava deitado
Comecei a imaginar
Para sair desse apuro
Eu teria que ajudar
Levantei-me da cama
E tornei a me deitar.

Se os governantes nada fazem
Eles, que estão no poder
Eu, um cidadão pacato
Nisso não vou me meter
Se eles não fazem nada
O que eu irei fazer?

Meu “brasilzinho” querido
Moras no meu coração
Um dia quando morreres
Já está perto a ocasião
Irei à funerária
Comprarei o seu caixão.

Não sou pessimista
Para assim me sentir
Mas do jeito que o barco anda
A bomba vai explodir
Nem as dívidas externas
Vão conseguir fugir.

Não penses, ó Brasil
Que só tu estais sofrendo
Nós, os brasileiros natos
Estamos quase morrendo
Com o salário mínimo
Que estão nos oferecendo.

Eles dizem para o povo
Que é preciso mudar
Eles mudam até demais
Não sabem onde vão parar
Só mudam para o pior
Isso não vai adiantar.

Tenho pena das crianças
Que agora estão sorrindo
Não sabem que no Brasil
Muitos males estão surgindo
Quando pensam que estão salvos
Uma bomba vai explodindo.

Siga o meu conselho
Fique onde está
Não diga uma palavra
Qual não vai adiantar
Se quiser ver o Brasil livre
Saiba em quem votar
         Vote em mim
         Sorria assim!

MOISÉS OLIVEIRA DA PAIXÃO


PESADELO NA CANDELÁRIA

Era noite
Noite insípida
Noite na Candelária.

Ouvi um grito
Quase estridentes
Riso de criança.

Andei vagando
Quase andando
Vi vultos negros.

Quase chorei
Sem esperanças
Naquela noite.

Então um grito
Alucinante
Fez-se ouvir.

Vozes agudas
De muitas crianças
Enlouquecidas.

Então parei
E escutei
Vários tiros.

E aqueles vultos
Saíam correndo
Na escuridão.

E as crianças
Ali ficaram
Pra eternidade.

No outro dia
Li no jornal
Uma notícia.

Que várias crianças
Haviam morrido
Na Candelária.

Homenagem Póstuma às crianças massacradas na Candelária

MOISÉS OLIVEIRA DA PAIXÃO


 ESCOLA DE POBRE

Na escola de pobre
O terreno é baldio
As meninas são feias
De estômago vazio
Os meninos barrigudos
Igual um barril.

Só comem batatas
Mandioca e mamão
Arroz, carne seca
E as vezes feijão
Se ficam doentes
Só tomam limão.

Os nomes são feios
Todos esquisitos
Um chama-se José
E o outro Marquito
Tem um amarelo
Chamado Carlito.

E entre as meninas
Tem uma bonita
De barriga redonda
Igual uma marmita
Tem a testa grande
Como uma cabrita.

Contarei o seu nome
Se você se gamar
Chama-se Marieta
Filha do Gaspar
Tem só treze anos
E já pensa em casar.

Tem um feinha
Parecendo macaca
Usa saia justa
Camisa e casaca
Quando fica brava
Parece jararaca.

Agora vou contar
Sobre a professora
É magra e alta
Igual uma vassoura
O corpo esguichado
Como mariposa.

Tem a testa franzida
Pescoço de girafa
Os olhos são verdes
Da cor de garrafa
Quando ergue a voz
Só diz: fifa-fafa.

Paquera todo mundo
Que vem bajulá-la
Sapecando beijos
Para animá-la
Come sanduíches
De “escala em escala”.

Cuidado rapazes
Não caiam na dela
Se vocês forem fracos
Viram mortadela
Melhor arrumarem as malas
E descerem a banguela.

Peço mil desculpas
Se ficastes zangado
E se achar ruim
Deixa tudo de lado
Agora tchau, techau
E muito obrigado!

MOISÉS OLIVEIRA DA PAIXÃO

OS ANOS PASSAM...

Tateando as carnes do meu rosto
Sinto o fim da batalha orgânica
Olhos caídos, pele amolecida
O ventre avantajado amolecendo
E o resto quase caindo.
Os cabelos brancos, os que restaram deles
Eram negros como a noite, ainda lembro
Lembro?!
Na cabeça o cérebro ainda trabalha,
Balançando dentro do casco mole
O corpo cansado esperando o fim
Para descansar o longo sono dos humanos.
A ciência até que tentou
Aumentar os anos da humanidade
Mas só fizeram foi abreviar
Como os meus anos que se vão.
E na cama deitado, quase inerte
Os anos dourados voltam à minha cabeça
De cabelos brancos, os que restaram deles.

MOISÉS OLIVEIRA DA PAIXÃO
 

SANGUE VERDE

Uma lágrima escorre na face da mãe terra
O sangue verde das matas inocentes
Esta geração não tem alma
Nem mesmo coração.

As matas, que não são mais virgens
Até a inocência das mesmas foi violada
Escorre em nossas mãos o sangue verde
E a fumaça que ofusca nossos olhos.

Oh geração perversa e insana
Que desde o Éden, viola a terra
Antes para o seu sustento
Agora para saciar sua vaidade.

Estão matando seus próprios filhos
Pois tiram o oxigênio da Amazônia
Deixando a próxima geração
Sem esperança de vida futura.

O sangue hoje é verde meu irmão
Que escorre sobre a terra indefesa
Cruel se fez a face da destruição
O homem se tornou a própria presa.

Ou será que é um rio que devasta
Estancando as sobras no seu leito
E uma tempestade à ele basta
Para explodir a fúria em seu peito.

Sangue pode ser a lama que invade
Que causa morte ao invés da vida
Correndo em avenidas e cidades
E nas famílias vela a despedida.

Sangue nos batentes é libertação
Nas pontas do altar é um sinal
Quem me dera que esta geração
Praticasse o amor e não o mal.

E assim vamos viver o presente
Como se vivêssemos o futuro
Amando a nossa natureza
Como se fosse uma parte de nós.

Moisés Oliveira da Paixão